ANÁLISE SEMIÓTICA DO DISCURSO DO ESCOLA SEM PARTIDO: A INTOLERÂNCIA PROFERIDA CONTRA O PROFESSOR

Autores

  • Jonas Pereira Lima Universidade Federal do Tocantins - UFT
  • Luiza Helena Oliveira da Silva Universidade Federal do Tocantins

Resumo

Este artigo apresenta análise semiótica da construção do discurso manifestado pelo movimento Escola sem Partido ao professor. Os estudos desenvolvidos no âmbito da semiótica discursiva revelaram que o sujeito do Escola sem Partido manifesta discurso intolerante quando impõe que o professor seja neutro em relação aos aspectos políticos, ideológicos, partidários, religiosos e morais supostamente discutidos em sala de aula. Além disso, constatamos que o Escola sem Partido assume uma postura autoritária em favor de uma corrente política, que despreza o ensino e aprendizagem pluralista e crítica, estimulando a prática da intolerância ao professor.

Biografia do Autor

Jonas Pereira Lima, Universidade Federal do Tocantins - UFT

Doutor em Letras pelo Programa de Pós-graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura (PPGL) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Araguaína. Membro do GESTO/UFT. 

Luiza Helena Oliveira da Silva, Universidade Federal do Tocantins

Professora do Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL) e do Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional (ProfLetras) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Araguaína.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais na ciência da linguagem. Trad. Sheila Grilo; Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Ed. 34, 2017.

BARROS, Diana L. P. de. Teoria do discurso: fundamentos semióticos. 3. ed.

São Paulo: Humanitas / FLLCH / USP, 2002.

BARROS, Diana L. P. de. A construção discursiva de discursos intolerantes. In: Preconceito e Intolerância-reflexões linguístico-discursivas. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2011. p.255-270

BARROS, Diana L. P. de. A complexidade discursiva na internet. São Paulo: Cadernos de Semiótica Aplicada, v. 13, n. 2, 2015, p. 13-31

BARROS, Diana. L. P. de. Algumas reflexões sobre o papel dos estudos linguísticos e discursivos no ensinoaprendizagem na escola. Estudos Semióticos [on-line]. Volume 15. São Paulo, dezembro de 2019. p. 1-14. Disponível em: www.revistas.usp.br/esse. Acesso em: 10 jan. 2020.

BERTRAND, D. Caminhos da semiótica literária. Bauru, SP: EdUSC, 2003.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da Educação. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

ESCOLA SEM PARTIDO. 2004. Disponível em: https://www.escolasempartido.org/. Acesso em: 20 jun. 2020

FLOCH, Jean-Marie. Alguns conceitos fundamentais em semiótica geral. Trad. Analice Dutra Pilar. São Paulo: CPS, 2001.

FIORIN, José. L. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2011.

FIORIN, José. L. Linguagem e ideologia. 2. ed. São Paulo: Ática, 1990.

GREIMAS A.; COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, 1979.

GREIMAS, Algirdas J. Semiótica do discurso científico: da modalidade. São Paulo: Difel, 1976.

LANDOWSKI, Eric. Presenças do outro: ensaios de sociossemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2002.

LANDOWSKI, Eric. Interações Arriscadas. Trad. Luiza Helena Oliveira da Silva. São Paulo: Estação das Letras e Cores: Centro de Pesquisas Sociossemióticas, 2014.

LANDOWSKI, Eric. Regimes de sentido e formas de educação. Revista EntreLetras (Araguaína), v. 7, n. 2, p. 8-14, 2016.

LATUFF, Carlos. Tempos modernos na escola II. Educação em Revista. Regional 7 (Ilha do Governador). Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: https://educacaoemrevista.wordpress.com/2012/10/27/meritocracia/. Acesso em: 28 jun. 2020.

LIMA, Edson. Professores ou doutrinadores. Modesta opinião. Picos (PI), 6 de outubro de 2017. Disponível em: http://edsonbahia.blogspot.com/2017/10/professores-ou-doutrinadores.html. Acesso em: 26 jun. 2020.

NIGIB, Miguel. “Pais devem processar doutrinadores”. UOL: Educação, São Paulo, 21 jul. 2016. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/noticias/2016/07/21/pais-devem-processar-doutrinadores-diz-idealizador-do-escola-sem-partido.htm. Acesso em: 27 fev. 2020. Entrevista concedida a Janaina Garcia.

PIETROFORTE, Antônio Vicente. Tópicos de semiótica: modelos teóricos e aplicações. São Paulo: Annablume, 2008.147 p.

SILVA, Luiza Helena O. O mundo lá fora, o da escola: interação em fórum digital no estágio supervisionado sob a perspectiva da sociossemiótica. Raído (Online), v. 8, p. 227-247, 2014.

SILVA, Luiza Helena O. Análise semiótica de mapas das eleições presidenciais de 2014: fraturas no discurso da identidade nacional. Revista do GELNE. v. 19, n. Especial, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/download/12622/9033/.

SILVA, Luiza Helena O. Interações, leituras e sentidos em tempo de fakenews: desafios para a formação de leitores no contexto escolar. Estudos Semióticos (USP), v. 15, p. 31-45, 2019.

SILVA. Marcos Antônio Tavares da. Carta. Campos de Goytacazes (RJ), 20 de março de 2019. Disponível em: https://www.gbnews.com.br/single-post/2019/03/24/Estado-afasta-professor-por-causa-da-charge-de-Bolsonaro-com-Trump-na-cama. Acesso em: 4 set. 2019.

ZILBERBERG, Claude. “As condições semióticas da mestiçagem”. In: CAÑIZAL, Eduardo Peñuela; Kati Eliana Aetano (Orgs.). O olhar à deriva: mídia, significação e cultura. (Trad. Ivã Carlos Lopes; Luiz Tatit.) São Paulo: Annablume, 2004.

ZILBERBERG, Claude. Síntese da gramática tensiva. Significação – Revista Brasileira de Semiótica, n.25. São Paulo: Annablume, 2006.

ZILBERBERG, Claude. Louvando o acontecimento. Galáxia. n. 13, p.13-28, junho 2007.

Downloads

Publicado

2020-12-21

Edição

Seção

ARTIGOS